terça-feira, 12 de novembro de 2013

CAPÍTULO I

 Demi deixou o escritório um pouco depois das seis e meia, com os votos de parabéns de seus colegas ainda ecoando em seus ouvidos.
Havia passado o dia inteiro, mergulhada no trabalho, apresentando idéias para a nova campanha de publicidade que a empresa deveria apresentar para o cliente, dali a um mês e pouco.
Modéstia parte, suas idéias haviam sido realmente muito boas. Mesmo assim, quase caíra da cadeira quando o dono da agência, Harry Wilde, a chamara e lhe dera uma promoção que jamais sonhara em obter: a chefia do departamento de criação.
Então, ao sair do elevador e deixar o prédio, a sensação de euforia que invadira lhe a alma dera lugar a um outro tipo de sentimento: o pavor. É que sua agência ainda não havia ganhado a conta e a responsabilidade de obtê-la estava em suas mãos.
Começou a andar pela calçada, tentando convencer-se de que estava mais do que pronta para aquele desafio. Tinha quase trinta anos e estava no ramo da publicidade há cinco, o que era uma vida naquele tipo de trabalho! Além disso, era uma mulher inteligente e capaz que, com certeza...
— Oi, Demi.
Ela estava tão distraída, que nem havia reparado na moça loira que caminhava quase ao seu lado.
— Oi, Miley. Eu nem tinha visto você. Acho que estou com a cabeça no mundo da lua!
Miley Cyrus era sua vizinha, além de uma grande amiga. Na verdade, havia sido ela a corretora que lhe vendera o apartamento onde hoje morava. Seu ramo de trabalho agora, porém, era outro. Atualmente, Miley fazia parte da Tudo Fácil Mudanças, uma empresa especializada em organizar a vida de executivos que deixavam suas cidades de origem e vinham morar em Sidnei. Era um bom emprego, o salário era bem razoável e ela parecia feliz e satisfeita.
Provavelmente uma das mulheres mais bonitas da cidade, Miley poderia ter qualquer homem que escolhesse. Mas acabara se casando com Roger Swanson, um fulano que não valia nada e que fizera de sua vida um verdadeiro inferno.
O divórcio saíra há alguns meses e, desde então, ela não mostrara nenhum interesse pelo sexo oposto. Demi não achava que tal fato fosse durar para sempre. Sua amiga era muito jovem para abraçar o celibato definitivamente. As duas sempre saíam juntas para almoçar ou tomar um café.
— Trabalhando até tarde de novo, Demi? Desse jeito você vai acabar tendo uma estafa!
Demi deu um sorriso.
— Olhe só quem fala. Você trabalha tanto quanto eu. Até mais, eu diria!
Miley fez uma careta.
— Sabe de uma coisa? Trabalhar é bem melhor do que ficar em casa olhando pela janela, fazendo pedidos para as estrelas!
— Pedidos para as estrelas? Será que você não estaria se referindo a... um homem? Vamos, Miley, admita. Você não vai querer passar o resto de sua vida sozinha, vai?
Ela deu um suspiro.
— Talvez não. Mas a idéia de me casar de novo é assustadora demais. Na verdade, não tenho o mínimo interesse sequer em conhecer qualquer homem no momento. Eles não valem o que comem. Nem o que bebem. Sabe o que eu queria num homem, Demi? Que ele tivesse sangue correndo nas veias, em vez de cerveja. Um homem que gostasse mais de mim do que do seu carro e de seus amigos!
Demi caiu na risada.
— É, acho que você realmente está querendo demais!
Rindo e conversando, as duas amigas continuaram seu caminho. Moravam num prédio chamado Jardins do Norte e só Deus sabia o motivo daquele nome. O único verde que se via, vinha dos vasos de flores e plantas que alguns moradores haviam colocado em seus pequenos terraços.
Era uma construção antiga, típica dos anos cinquenta. Mas, se a fachada era modesta, o mesmo não podia se dizer de seu interior.
Todos os apartamentos haviam sido reformados e continham cozinhas planejadas e banheiros modernos. Não sobrara uma unidade à venda. O que, aliás, não era de se admirar. Eram apartamentos relativamente baratos para a região, talvez devido à falta de charme do próprio prédio.
Sua localização junto ao centro era mais do que privilegiada, principalmente se o morador trabalhasse por lá, que era o caso de Demi e de Miley. Caminhando com calma, Demi só levava dez minutos para chegar ao escritório. Sete, se andasse um pouco mais rápido.
Ultimamente, ela vinha levando mais tempo para fazer o percurso de volta até sua casa. É que a pressa de chegar já não era a mesma. Como Miley, também morava sozinha no momento. Mas esperava a volta de Wilmer a qualquer momento.
Ele sempre acabava aparecendo, implorando-lhe para aceitá-lo de volta. Isso sempre acontecia. Ela só precisava ter paciência.
Chegando ao prédio, Demi abriu sua caixa de correspondência e virou-se para a amiga.
— Não vi seu carro na garagem esse último fim de semana. Ele está no conserto?
Miley deu um suspiro desanimado.
— Você não imagina o que me aconteceu. Estava voltando do supermercado na sexta-feira, quando um maluco bateu no meu carro. Tive de levá-lo à oficina imediatamente.
Demi ficou tão preocupada com a notícia que a amiga havia acabado de lhe dar, que nem prestou muita atenção no envelope grande e branco que havia acabado de tirar da caixa de cartas, juntamente com folhetos de propaganda e anúncios de disk-pizza.
— Que horror! Você se machucou?
— Felizmente, não. E lhe garanto que a culpa não foi minha mesmo. Um filhinho de papai numa Ferrari quase arrebentou a traseira do meu carro. Estava em alta velocidade, é claro. Como esse fulano que vem vindo pela rua agora.
Demi olhou para o reluzente Jaguar preto que se aproximava rapidamente e que parava junto à calçada do outro lado da rua, bem debaixo de uma placa que dizia: "Proibido Estacionar". O motorista desceu como se tivesse muita pressa e bateu a porta com força atrás de si.
— Quem será que esse homem pensa que é? — comentou Miley, revoltada. — Não contente em dirigir como um louco, ainda estaciona em lugar proibido! Vai ver que ele acha que está acima da lei e da ordem!
Demi concordou com um gesto de cabeça.
— Acertou em cheio. Sabe quem é ele? Meu querido amigo Joseph. Joseph Jonas, meu ex-colega de faculdade. Já lhe falei dele uma porção de vezes, não falei?
Miley levantou uma sobrancelha.
— Ah, então esse é o famoso Joseph Jonas, figura obrigatória das colunas sociais de todos os jornais do país. Sim, você já me falou dele um milhão de vezes.
— Gostaria de conhecê-lo?
— Não, obrigada. Não gosto de playboys, não importa o quanto sejam bonitos. Esse tipo de gente realmente não faz meu gênero. Até mais, Demi. Nós nos vemos por aí, está bem?
E tratou de sair dali rapidamente, deixando Demi a sós para observar o amigo que se aproximava.
Não havia dúvida de que ele era um homem bonito. Bonito demais, se quisesse ser bem sincera consigo mesma.
Na verdade, Joseph Jonas era demais em tudo. Inteligente demais. Charmoso demais. E, acima de tudo... rico, demais.
Sim. Ele era, sem dúvida nenhuma, o melhor partido da cidade. Do país, talvez. E como se vestia bem... O terno que usava agora só podia ser Armani, assim como a camisa e a gravata de seda. Os sapatos também deviam ser italianos. A pele sempre bronzeada fazia um lindo contraste com seus cabelos loiros. Um homem simplesmente perfeito.
Demi conhecia-o há mais de dez anos e, em todas as vezes que o via, ele estava vestido como se fosse ser fotografado para uma revista de moda masculina.
Bem... houvera uma exceção.
Acontecera durante o terceiro ano da faculdade. Joseph fora passar o fim-de-semana no haras da família e um acidente com seu cavalo o levara para o hospital. Depois de uma complicada cirurgia, viera o terrível prognóstico: havia o risco de ele nunca mais voltar a andar.
Assim que soubera da notícia, Demi correra para visitá-lo. Joseph tentara ser forte a princípio, mas não conseguira manter a pose por muito tempo e acabara chorando em seus braços. Felizmente, tudo não passara de um susto e ele recuperara seus movimentos em pouco tempo. Os movimentos... e a pose também.
Daquele momento em diante, voltara a ser o que sempre fora. O glorioso herdeiro da fortuna Jonas, o rapaz destinado a viver num mundo dourado de dinheiro e privilégios.
Ele sorriu para ela.
— Boa noite, Demi.
Que coisa estranha. Joseph Jonas não costumava visitá-la sem avisar.
— Oi, Joseph. — Ela apontou para o carro estacionado do outro lado da rua. — É novo?
— Sim. Eu o comprei na semana passada.
Grande novidade. Ele trocava de carros como trocava de namoradas.
— O que aconteceu com o Mercedes prateado? Cansou-se dele?
O fato de Joseph não ter caído na risada, como sempre fazia naquelas ocasiões, fez com que uma campainha soasse nos confins de seu cérebro. Havia um ar de preocupação muito estranho no rosto dele. Joseph nunca se preocupava com nada. Absolutamente nada!
Foi aí então que ela compreendeu tudo.
— Não! Aconteceu alguma coisa com Wilmer, não é? Aposto que ele sofreu um acidente de carro! Também, do jeito como dirige! Até pior que você. Eu sempre lhe disse para andar mais devagar, senão alguma tragédia ainda ia acabar acontecendo e...
— Nada de mau aconteceu a Wilmer — interrompeu Joseph, encostando a mão em seu braço. — Mas, sim, eu vim até aqui por causa dele. Achei que talvez você fosse precisar de mim.
— Precisar de você? Mas a troco de que eu iria precisar de você, Joseph?
Ele deu um sorriso, que lhe pareceu estranhamente triste. Agora, sim, Demi estava assustada de verdade. Joseph, preocupado e triste? Muito estranho...
— Bem, acho que sou o único de nosso grupinho que pode lhe emprestar um ombro para chorar. Todos os outros estão fora do país. Ou casados. — Joseph fez uma pausa. — Ou com casamento marcado.
Demi arregalou os olhos, lembrando-se do envelope branco que segurava nas mãos. Era uma moça inteligente. Pegava as coisas no ar. Agora, tudo ficava claro. Já sabia quem o havia mandado.
Wilmer.
Wilmer ia se casar. Mas não com ela, a garota que fora sua namorada firme durante os quatro anos da faculdade e com quem vivera debaixo do mesmo teto pelos três seguintes. A garota que, ao final de cada briga, observava-o partir com uma mala na mão, rezando para que tomasse juízo e voltasse logo. Bem, ele sempre havia voltado. Até aquele momento.
— Meu convite estava na minha caixa de correspondência quando eu cheguei do trabalho agora a pouco — Joseph apressou-se em explicar. — Achei que você também fosse receber um igual, por isso resolvi vir.
Ela sentia que o mundo girava à sua volta. Wilmer, o seu Wilmer ia se casar com outra pessoa...
— F... foi muita gentileza, Joseph.
— Você também me ajudou muito quando eu precisei. Algo que eu nunca me esqueci. Agora, gostaria de retribuir-lhe o favor.
Demi levou um susto. Estranho Joseph mencionar aquele incidente, imediatamente depois de ter se lembrado dele.
Então a cena no hospital não havia sido esquecida. Engraçado. Podia jurar que ele a tinha tirado da cabeça para sempre.
Respirou fundo, sentido uma enorme angústia dentro da alma.
— C... com quem ele vai se casar? Eu... conheço a noiva?
— Acho que sim. Você já se encontrou com ela. Naquela festa de fim de ano que dei na minha casa. O nome dela é Dannielle. Dannielle Baker, mas todo mundo a chama de Danni.
Demi sentiu-se como se tivesse levado um soco no estômago. Kevin e ela haviam rompido pela última vez logo depois daquela festa enorme na casa de Joseph. Agora entendia o porquê.
Uma raiva insana apareceu para substituir sua angústia.
— Ah, que maravilha! Então Kevin, o homem que eu amo, conheceu outra mulher na sua casa, Joseph. Você estragou minha vida!
Ele ficou magoado, pois não esperava por aquela reação.
— Você não está sendo justa, Demi.
— Pode ser que não, mas é a verdade! Se você não ficasse nos chamando para as festas em sua casa a toda hora, nada disso teria acontecido! Sei que Wilmer sempre foi fascinado pelo tipo de vida que vocês, milionários, levam! Agora ele vai se casar com uma moça linda e rica, alguém com quem eu jamais poderia competir nem em um milhão de anos!
Ele levantou uma sobrancelha.
— Acho estranho que pense dessa maneira, Demi. Na minha opinião, você poderia competir com qualquer mulher da face da Terra. Além de ser muito bonita, você também é culta e inteligente.
Demi não estava com a mínima vontade de ouvir elogios. Nem paciência.
— Ora, Joseph, vamos parar com essa conversa mole. Desde quando os homens dão algum valor à cultura e à inteligência? Além disso, já me olhei no espelho. Sei que sou uma morena comum, com um corpo comum. E ponto final!
Joseph franziu a testa.
— Não concordo com uma só palavra do que disse. Você é uma morena muito atraente, com um corpo mais atraente ainda. Tudo bem, Danni é um espetáculo de mulher. Concordo com você. E sim, ela é muito rica. Mas, sinceramente, sinto pena da pobrezinha. Nós dois sabemos muito bem, que Wilmer não a pediu em casamento por amor.
— É claro que eu sei! — exclamou ela. — Porque ele ainda me ama!
— Será que ama mesmo?
— Claro que ama!
A realidade, porém, apresentava-lhe uma história bem diferente. Se Wilmer ainda a amava, por que ia se casar com outra pessoa? O pior de tudo é que havia lhe mandado um convite sem ao menos avisá-la! Por Deus, ela estivera com ele no mês anterior e nem uma só palavra fora dita a respeito de Danni Baker e do próximo casamento!
O assunto durante o almoço havia sido trabalho. Wilmer também estava no ramo de publicidade e vinha tendo problemas com um comercial para um novo cliente. Ela lhe dera uma porção de boas idéias e ele a chamara de "anjo" por tê-lo ajudado com tanta boa vontade.
A dura constatação de que Wilmer a convidara para almoçar naquele dia, apenas para usufruir de sua criatividade, fez com que seus olhos se enchessem de lágrimas.
Joseph voltou a encostar-se em seu braço.
— A única pessoa que Wilmer realmente ama é ele mesmo. Vamos, não comece a chorar no meio da rua. Vamos entrar, está bem? Aí na privacidade de seu apartamento, você pode dar vazão aos seus sentimentos.
Aquelas palavras tiveram o dom de irritá-la. Quem Joseph pensava que era, para lhe dar ordens daquele jeito? Bem, ele só estava tentando ser gentil. Mas, na verdade, aquele homem sempre tivera o dom de irritá-la, desde o primeiro dia de aula na faculdade, quando ele fizera sua entrada triunfal na classe como se fosse o grande Gatsby em pessoa.
Todas as meninas da sala ficaram loucas por ele. Menos ela própria, que só tinha olhos para Wilmer, um rapaz bonito e simpático que parecia realmente interessado no curso que eles tinham acabado de começar.
Apesar dos brilhantes resultados conseguidos por Joseph durante os quatro anos seguintes, Demi sempre tivera a impressão de que ele estava apenas se divertindo na faculdade, passando o tempo até que seu pai lhe entregasse a direção do império da família.
Joseph já havia se formado em Administração de Empresas antes de entrar para o curso de publicidade, o que explicava o fato de ser quatro ou cinco anos mais velho do que o resto da turma. Se dependesse de Demi, ele nunca teria entrado para o pequeno grupo que ela havia formado. Porém, quando uma sexta pessoa fora necessária para a realização de um trabalho, Wilmer resolvera chamá-lo e a amizade havia começado.
Demi nunca entendera o que Joseph vira em seus cinco amigos menos privilegiados, nem por que fizera questão de manter contato com eles depois da formatura. Ele sempre convidava todo o grupo para as festas em sua mansão, embora nos últimos tempos, nem todos pudessem comparecer.
Isso porque no ano anterior, Linda fora para Nova York, trabalhar na revista Time. Greta também se mudara para seu Estado natal, onde se casara e tivera um bebê. Jeff aparecia de vez em quando, mas vinha passando cada vez mais tempo em São Francisco, nos Estados Unidos, desde que decidira finalmente assumir sua condição de homossexual.
O único motivo pelo qual Demi continuava a comparecer era a insistência de Wimer. A fortuna e o poder de Joseph tinham o dom de fasciná-lo. No fundo, ela não gostava dos sentimentos que o amigo milionário lhe despertava. Perto dele, ela se sentia inferior, uma verdadeira caipira.
— Se quiser subir, é melhor tirar seu carro dali. Não sei se notou, mas estacionou num lugar proibido.
Ele olhou para o Jaguar preto do outro lado da rua.
— Ora, e qual é o problema?
— O problema, é que você vai levar uma multa!
— Pelo amor de Deus, Joseph, você é mais importante do que uma multa de trânsito!
Ela fez uma careta.
— Ah, eu peço desculpas. Tinha me esquecido de que você era milionário. O que são poucos dólares perto de sua imensa fortuna, não é?
— Pare de implicar com o meu dinheiro, Demi. Eu não tenho culpa de ter nascido rico!
— Não estou implicando com o seu dinheiro. Só quis dizer que, nós, os simples mortais, precisamos nos preocupar com certos detalhes da vida, como multas de trânsito. Só isso.
Ele deu um suspiro desanimado.
— Tudo bem, tudo bem, eu estaciono em outro lugar. Seu prédio têm vaga para visitantes?
— Tem.
— Ótimo.
Demi olhou para o rosto determinado de Joseph e chegou à conclusão de que as coisas só iriam piorar dali para frente, como sempre acontecia quando ambos ficavam sozinhos. O cenário estava se tornando depressivamente familiar. Joseph iria criticá-la por seu amor incondicional a Wilmer. Aí, ela faria comentários desagradáveis a respeito de suas inúmeras namoradas, todas elas com rostos e corpos de modelos internacionais.
A verdade era que eles vinham de mundos completamente diferentes e deviam ter se afastado há muito tempo. Não tinham nada em comum. Nada mesmo!
— Olhe aqui, Joseph, por que não volta para sua casa? Eu agradeço muito, sua boa vontade em ter vindo até aqui, mas agora eu realmente gostaria de ficar um pouco sozinha. Estou bem, pode acreditar em mim. Não vou subir ao meu apartamento e pular pela janela.
Ele deu um sorriso irônico.
— Sei disso. Você mora no primeiro andar. Lembre-se daquele dia em que brigou com Wilmer numa festa na minha casa e eu a acompanhei até a porta de seu apartamento?
Demi se lembrava. Fora num aniversário de Joseph há mais ou menos dois anos Ele a levara para casa e ambos haviam discutido durante todo o caminho. Sabia que agira muito mal naquela noite. E vinha agindo da mesma forma agora.
Bem, detestava ter de admitir, mas Joseph vinha sendo um bom amigo através dos anos. Fazia questão de ligar para saber como ela ia e sempre a convidava para um almoço ou um café, quando Wilmer fazia as malas e saía de casa.
Ele tinha razão. Não era sua culpa se nascera rico, bonito e brilhante. Um homem daqueles só podia mesmo ter alma de playboy. Que outro ser humano em sua posição agiria de forma diferente?
Mas, de qualquer maneira, ele continuara a irritá-la.
— Tudo bem, Demi. Se você quiser que eu vá embora, eu vou. É natural que queira ficar um pouco sozinha.
Agora, ela se sentia envergonhada. O mínimo que podia fazer era convidá-lo para um uísque ou um café. Afinal, ele se dera ao trabalho de sair de sua casa com o único objetivo de levar-lhe um pouco de conforto.
Bem, talvez o que ele quisesse mesmo era dar uma voltinha com seu carro novo. Ou quem sabe se sua namorada do momento morava por ali e ainda não estava pronta. Então, enquanto a beldade se arrumava pensando na gloriosa noitada que teria pela frente, ele matava o tempo em sua casa, tomando um ou dois drinques. Ou quem sabe se...
Demi fechou os olhos. Deus do Céu, estava começando tudo de novo.
— Demi? — ele chamou, com voz suave. — Você está se sentindo bem?
Ela deu um suspiro e voltou a abrir os olhos.
— Sim, Joseph, eu estou bem. E não, Joseph, eu não quero que vá embora. Vamos, estacione o carro na vaga dos visitantes e suba para tomar um café, um uísque ou qualquer outra coisa.
Os olhos dele brilharam.
— Gostei do qualquer outra coisa.
Ela fez uma careta.
— Pare de falar asneiras e trate de subir logo. Tive um dia cansativo, hoje, no escritório e estou louca para cair na cama.
Ele deu um sorriso irônico.
— Cair na cama? Hum... muito interessante.
— Já disse para parar com isso, Joseph Jonas
. Uma só gracinha a mais e eu o proíbo de subir ao meu apartamento!
Ele levantou as duas mãos, num gesto de concordância.
— Você manda, madame.
Momentos depois, Joseph estacionava o carro na garagem e ambos tomavam o elevador. E foi aí que Demi percebeu que seus olhos estavam novamente cheios de lágrimas. Percebia que havia construído sua vida toda em torno de uma mentira.
Tivera certeza, durante aqueles últimos dez anos, que Wilmer a amava. Tanta certeza como ela própria ainda era apaixonada por ele.
As lágrimas escorriam livremente por seu rosto agora.
Bem, estivera errada o tempo todo.
Completamente errada.

Seu mundo havia acabado de desmoronar.

Tadinha da Demi né meninas....
Bom boa noite, espero que gostem

8 comentários:

  1. amei o jeito petulante do Joe ashuashua tadinha da demi ou não o wilmer causador de dor e discordia.
    Estou apaixonada sinto que vai ser uma otima história, e teve momentos que você colocou o nome do Kevin eu não entendi ele namorava com a danni ou foi uma troca de nomes?
    divulge mais seu blog ele merece!
    kisses

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Foii uma troca de nomes kkkk mas vou divulgar sim..obg por comentar huashuas bjsss

      Excluir
  2. PERFEITO!
    que safado esse Wilmer... e essa amizade e interesse de Joe em Demi hein? aí tem coisa.
    Posta logo.

    ResponderExcluir
  3. Iza vou contar uma coisa so para você tá
    Eu tenho uma coleção enorme e Bianca,Jessica e suas primas em casa mais e secredo tá kkkkk

    Adorando a História,vou acompanhar com certeza acho que agora você encontrou um caminho legal m fic
    boa sorte sobrinha toda positividade do mundo desejo a você
    beeeeeeeeeeijos

    ResponderExcluir
  4. Ei , sou leitora nova :D Amei a historia e estou ansiosa pelos próximos capítulos :)
    Bjos - Marina

    ResponderExcluir

Me deixe feliz com o seu comentário, espero que tenham gostado... Kisses s2