domingo, 24 de novembro de 2013

CAPÍTULO VIII

— Você não fez isso! Demi deu um suspiro.
— Fiz, sim.
— Não pode ser!
Era uma tarde de segunda-feira. Demi ligara para Miley e implorava para que a amiga fosse almoçar com ela. Precisava conversar com uma pessoa sensata e responsável, alguém que a ajudasse a manter os pés firmes sobre o chão, uma tarefa um pouco difícil de se realizar quando se estava namorando Joseph Jonas. Agora, as duas comiam sanduíches num café com mesinhas na calçada junto ao centro da cidade.
Miley tinha os olhos esbugalhados.
— Eu bem que lhe disse que o lobo mal ia seduzi-la e levá-la para a cama!
Demi engoliu em seco.
— E... ele não me seduziu.
— Não?
— Não. Fui eu que pedi para que ele ficasse comigo.
— Meu Deus! Você não fez isso!
— Fiz, sim.
— Eu não acredito em uma só palavra do que está me dizendo. Não acredito mesmo. Você não costuma fazer isso. Aposto que só está tentando protegê-lo!
Demi tomou um gole de seu suco. Estava com a garganta seca.
— Bem, eu diria que estava um pouco tonta naquele momento... Excesso de vinho, você entende.
— O que eu entendo é que você devia estar bêbada até dizer chega e aquele playboy irresponsável tirou vantagem da situação!
— Não, Miley. Não foi nada disso. Joseph já estava na porta indo embora, quando eu... quando eu o chamei e pedi para que ele ficasse.
Miley Cyrus caiu na risada.
— Ora, Demi, isso é o que ele quer que você pense. Esse playboy sem coração deve ter planejado tudo desde o princípio. Afinal, não foi ele mesmo que lhe pediu para usar um vestido bem sexy no casamento de Wilmer?
Demi passou a mão nos cabelos.
— Eu não sei mais o que pensar, Miley. Sinceramente, não sei mesmo. Estou tão confusa... Só tenho certeza de uma coisa. Quando acordei no domingo de manhã, achei que fosse morrer de tanta vergonha. Meu Deus, se você soubesse as coisas que eu deixei que ele fizesse comigo... E o que eu fiz nele, então?! Você nem pode imaginar.
Os olhos de Miley ficaram mais esbugalhados ainda.
— Vamos, me conte. Quero saber dos detalhes. De todos eles! — falou, curiosa.
Demi recostou-se na cadeira.
— Não posso. Não tenho coragem.
— Claro que tem. Já se esqueceu de que sou sua melhor amiga? Vamos, trate de abrir logo a boca, que estou morrendo de curiosidade.
E Demi contou. Tudo. Ao terminar, Miley estava muda. Foi preciso um copo de suco de laranja com bastante açúcar para que ela se acalmasse um pouco.
— Meu Deus do Céu, esse homem é um verdadeiro tigre na cama — foi seu comentário, quando conseguiu articular algumas palavras.
— Tigre? Ponha tigre nisso, minha amiga. Quando ele encosta a mão em mim, eu paro de raciocinar. É como se outra pessoa se apoderasse do meu corpo e me fizesse sentir coisas incríveis. Às vezes, eu tenho vontade de comê-lo vivo ou de enterrá-lo tão fundo no meu corpo, até que nós dois pudéssemos nos transformar em uma só pessoa!
Miley parecia realmente preocupada.
— Hum... Não estou gostando nada disso, Demi. Você se apaixonou pelo miserável, não é?
— Não — ela respondeu, com voz não muito convincente.
— Não, acho que não. É que eu estou... um pouco assustada só isso. Afinal de contas, não é todo dia que passamos horas e mais horas na cama, fazendo amor com um homem que sabe das coisas e que tem o equipamento adequado para realizá-las. Miley levantou uma sobrancelha.
— É mesmo? Você não tinha feito nenhuma menção a essa... parte dele. Vamos, me conte tudo!
Demi caiu na risada.
— Vamos dizer que finalmente percebi a troco de que todos os homens do mundo se sentem tão inferiores a Joseph. E o negócio não tem nada a ver com o dinheiro dele!
Miley apanhou o guardanapo e começou a se abanar.
— Esse tal de Joseph Jonas está me parecendo bom demais para ser de carne e osso...
Demi franziu a testa.
— Você não está sendo de muita ajuda. Eu pensei que fosse me dizer para parar de bancar a idiota e nunca mais tornar a vê-lo!
— Bem, eu diria isso, se fosse me ouvir. Mas nós duas estamos cansadas de saber que você vai continuar a sair com esse sujeito, até o momento em que ele se cansar e lhe der o fora. E também estamos cansadas de saber que você vai sair machucada dessa história, até mais machucada do que ficou por causa de Wilmer. Isso porque Joseph Jonas não é um homem que se possa esquecer com facilidade. E por falar nisso, como você está se sentindo a respeito de Wilmer agora?
Demi franziu a testa.
— Wilmer? Quem é Wilmer?
— Meu Deus! As coisas estão piores do que havia imaginado! Miley sorriu.
— Ora, Miley, eu só estava brincando. Ninguém esquece dez anos da vida assim com tanta facilidade. De qualquer forma, tenho certeza de que ele já faz parte do meu passado. E uma página virada da minha vida.
— Espero que sim. Mas, se não estou enganada, você já me disse isso uma ou duas vezes. Até três, se não me falha a memória.
— Dessa vez, estou falando com toda sinceridade.
Miley chamou a garçonete e lhe pediu mais um copo de suco de laranja.
— Mas pode ser que você esteja falando isso agora. O que será que aconteceria se um dia Wilmer aparecesse à sua porta dizendo que sua mulher era uma megera e implorando para voltar?
— Sabe de uma coisa? Joseph me fez a mesma pergunta. E eu vou lhe responder o que disse a ele. Que o mandaria embora sem nem ao menos pestanejar!
— Tem certeza de que faria isso mesmo?
— Minha amiga, depois de ter conhecido Joseph Jonas do jeito como conheci, você acha que dá para ver alguma graça em homens como Wilmer?
O suco de Miley chegou e ela tomou um gole bem grande.
— Bem, você passou com Joseph a noite toda de sábado. Posso saber o que fez no domingo?
Demi deu um sorriso. Ambos não haviam saído da cama durante o dia inteiro. Na segunda-feira de manhã, Joseph reclamara que não conseguia andar e que estava inutilizado para o trabalho.
— Você acabou comigo — ele lhe dissera.
Agora, Demi recostava-se na cadeira e olhava para a amiga.
— Adivinha!
— Não! Você não fez isso! — Miley exclamou de novo.
— Bem, fizemos sim. Mas não o tempo todo, é claro. Numa hora, nós levantamos para comer alguma coisa. Ah, e depois passamos uns dez minutos conversando.
— Ah, é? E posso saber sobre o que conversaram? Posições do Kama Sutra, talvez?
— Não. Ele quis saber coisas a respeito da minha família. E eu lhe contei tudo.
— Ah, mas é claro. Muito inteligente da parte dele. Quem não gosta de um homem que nos estimula a falarmos sobre nós mesmas?
Demi levantou uma sobrancelha.
— Então você acha que Joseph não está sendo sincero comigo.
— Olhe, Demi, não é uma questão de sinceridade. Joseph, como todos os playboys do mundo, só está jogando de acordo com suas próprias regras. Conquista a garota, a leva para a cama e, quando se cansar dela, descarta-a como se ela fosse uma roupa velha e parte em busca de novas aventuras. Bem, quando foi que vocês ficaram de se ver de novo?
Demi lembrou-se da despedida naquela manhã. Joseph lhe dissera que estava cheio de trabalho durante a semana inteira e só estaria livre para vê-la sexta-feira à noite. Será que era verdade? Ou apenas um preparo para o adeus final? Será que o namoro já estava prestes a acabar? Meu Deus, e ele ainda não tinha nem bem começado...
Sentiu uma dor forte no peito, como se tivesse levado uma facada.
Miley percebeu que havia algo de errado com a amiga.
— Demi? Você está se sentindo bem? Aconteceu alguma coisa? Ela encarou a amiga com olhos cheios de tristeza.
— Não. Está tudo bem.
Mas Miley não era boba. Demi era transparente como água e não sabia mentir. Era evidente que estava se apaixonando por Joseph Jonas. E era evidente também que iria acabar se dando muito mal. Mas o que ela própria podia fazer, senão ajudá-la a colar os pedaços de seu coração, quando ele lhe desse o fora?
— Tem certeza?
Ela deu um sorriso triste.
— Tenho. Não se preocupe.
Claro. Tanta certeza quanto dois mais dois eram cinco.
Demi voltou a escritório cheia de desânimo. Sentia-se incapaz de se concentrar no trabalho, embora aquilo fosse uma necessidade. A campanha para um novo cliente estava a todo o vapor e ela não podia nem pensar em atrasar o andamento do projeto.
— Como estão as coisas, Demi?
Ela quase deu um pulo da cadeira ao ver seu chefe ali, de pé à sua frente, encarando-a de uma forma meio estranha.
— Hã... Está tudo bem, Harry.
Mas aquele homem não costumava ser enganado com muita facilidade, era arguto por demais, afinal não fora à toa que conquistara sua reputação profissional.
Harry Wilde era uma pessoa difícil e exigente, um trabalhador perfeccionista e incansável, guiado por uma porção de demônios que só ele devia conhecer. Ninguém sabia de muitos detalhes a respeito de sua vida pessoal, a não ser o que se comentava na imprensa.
Até meados dos anos oitenta, havia trabalhado como diretor de criação numa agência de publicidade de médio porte na cidade de Sidnei. Então, pedira demissão e abrira seu próprio negócio na garagem de sua casa. Sua única funcionária havia sido uma secretária eletrônica.
A princípio, a concorrência não havia lhe dado à mínima importância. Não tardaram, porém, a perceber que o haviam subestimado.
Cinco anos depois ele estava multimilionário, dirigindo uma das maiores agências de publicidade do país. Empregava centenas de pessoas, pagava-lhes generosos salários e exigia dedicação e eficiência em troca.
— Está tudo bem mesmo, Demi?
Não dava para enganar o astuto Harry. Ninguém jamais conseguira tamanha proeza.
— Eu... quero dizer... acho que não estou conseguindo me concentrar direito no trabalho hoje.
— Será que eu posso ajudá-la em alguma coisa?
Aquilo não deixava de ser irônico. Harry, ajudando-a em seus problemas com Joseph? Uma grande piada! Os dois eram farinha do mesmo saco. Playboys milionários, totalmente voltados aos prazeres da carne! Não adiantava pedir conselhos a seu chefe. Ele iria lhe dizer para aproveitar o momento, divertir-se bastante, então ter inteligência suficiente para cair fora, antes que Joseph o fizesse.
 — Não, obrigada, Harry. E que... fui ao casamento de um amigo no sábado e acho que exagerei na bebida. Mas prometo voltar a ser Demi de sempre amanhã de manhã, está bem?
Festas e ressacas eram algo que Harry Wilde compreendia muito bem.
— Combinado. Mas trate de não fazer nenhuma extravagância no próximo fim de semana, porque pretendo marcar uma reunião com meus funcionários mais importantes na segunda-feira de manhã. E a quero bem sóbria, está bem?
— V... vou estar. Pode ficar tranquilo.
— Ótimo. Se quiser falar comigo, estou na minha sala. Até mais, querida.
Demi observou-o se afastar. O fato de ele a chamar de querida era algo comum, que não tinha nenhum significado especial. Outras funcionárias recebiam o mesmo tratamento.
Foi o que começou a aborrecê-la. Joseph passara o tempo todo a tratando de doçura, meu amor e meu bem. Ficara feliz com tamanha demonstração de carinho. Agora, porém, compreendia que tais palavras podiam significar a mesma coisa que o "querida" de Harry Wilde.
Playboys! Bah! Eram todos iguais!
Quantas outras mulheres Joseph tratava daquele modo? Dezenas? Centenas? Um desânimo profundo tomou conta do seu ser no momento em que o telefone tocou.
— Alô? — ela atendeu, a voz carregada de irritação.
— Será que estou chamando numa hora imprópria?
Era Joseph. Joseph Jonas, o playboy da voz sedutora e do corpo irresistível.
Demi segurou o fone com mais força.
— Bem, eu diria que depende.
— Depende do quê?
— Do motivo pelo qual me ligou.
Talvez nem tivesse mais de se preocupar com aquele homem. Era provável que tal chamado fosse apenas a despedida final.
Sinto muito, querida, mas acho melhor deixarmos as coisas como estão. Não temos nada em comum, não é mesmo? Além disso, pertencemos a mundos tão diferentes...
Bem que sua amiga Miley tinha razão. Joseph tinha se aproveitado de sua fragilidade e agora estava prestes a descartá-la como se ela fosse um traste inútil. Maldito!
— Eu liguei a respeito de sexta-feira — respondeu ele, interrompendo-lhe os pensamentos. — Lembra-se de que ficamos de nos encontrar?
Ela ficou tensa.
— Lembro, sim.
— Eu tinha me esquecido completamente da festa dos meus pais. Eles estão completando quarenta anos de casados e vão oferecer um jantar lá em casa.
Que desculpa esfarrapada!
Demi sentiu vontade de gritar de tanta frustração.
— Sim, e daí? — Demi perguntou, cheia de agressividade.
— E daí que eu achei que devia avisá-la com antecedência, para que você possa providenciar o que vestir. Minha mãe vai estar arrasando, pelo que ouvi falar. E Cléo também. O vestido do casamento de Wilmer é perfeito para a ocasião, mas não sei se vai querer usá-lo de novo, porque Cléo já o viu com ele.
Vocês, mulheres, costumam se incomodar com esse tipo de coisa, não é?
A alegria que Demi sentiu ao ser convidada para aquele tipo de festa desapareceu diante da necessidade de ter de gastar outra fortuna numa roupa capaz de competir com os modelos milionários que lotavam os armários da mãe e da irmã de Joseph. Já tinha gastado mais do que podia no vestido que usara no casamento de Wilmer e não estava com a mínima vontade de ter outra despesa extra.
— Talvez seja melhor você ir sozinho, Joseph. — Ainda havia uma certa agressividade em sua voz. — Quero dizer, Cléo não vai ficar nem um pouco satisfeita com minha presença na casa de seus pais. É provável que sua mãe também não fique. Olhe, você pode me chamar de orgulhosa, ou seja lá o que for, mas só costumo comparecer onde sou bem-vinda.
Fez-se um pesado instante de silêncio do outro lado da linha.
— Joseph?
— Vou lhe repetir mais uma vez, Demi. Estou pouco ligando para o que Cléo pense ou deixe de pensar. Agora, quanto à minha mãe, devo dizer que está completamente enganada. Ela era uma garota comum, de classe média, quando se casou com meu pai. Tenho certeza de que não vai torcer o nariz quando você chegar. Posso lhe prometer isso.
Claro, a mãe de Joseph podia ter sido uma moça comum, mas seu casamento com um milionário há quarenta anos certamente a transformara de um modo ou de outro.
Na verdade, Demi nunca havia falado com ela. Fora somente apresentada muito rapidamente na cerimônia de formatura da universidade e a vira de longe uma ou duas vezes, nas festas de Joseph.
Morena, bonita e muito bem conservada para seus sessenta e tantos anos de idade, a sra. Jonas possuía aquele glamour que apenas muito dinheiro poderia proporcionar. Demi tinha certeza de que seus dias e hábitos de moça de classe média haviam terminado décadas atrás, sendo substituídos pelo sofisticado estilo que separava os integrantes da alta sociedade de Sidnei, do resto dos mortais.
— Pode ser — respondeu ela, por fim. — Mas não estou com a mínima vontade de gastar outro mês de salário num vestido que só vou usar uma vez. Ao contrário do pessoal de sua família e de seus amigos, eu tenho de trabalhar para comer! Joseph deu um suspiro cheio de desânimo.
— Escute uma coisa, Demi, você vai à festa comigo, nem que eu tenha de lhe dar este vestido de presente!
— Ah, você não vai me dar nada, não senhor. Por acaso pensa que pode comprar todo o mundo com seu dinheiro? Não, Joseph. Eu não estou à venda!
— Estou cansado de saber disso. Ora, Demi, eu não tenho a mínima intenção de comprar ninguém. A única coisa que quero é sua companhia na festa de meus pais na sexta-feira à noite. Droga, já vai ser muito duro ter de esperar tanto tempo para vê-la. Você não acha que eu conseguiria aguentar até sábado, acha?
Então ele realmente estava a fim de vê-la de novo. A hora da despedida não tinha chegado.
Ainda não.
Mas acabaria chegando, é claro. Enquanto isso, que tratasse de aproveitar os momentos passados a seu lado da melhor maneira possível.
— Eu... acho que também não conseguiria esperar tanto tempo — confessou ela, sentindo, de repente, seu coração pulsar mais leve e feliz.
— Então você aceita meu convite?
— Aceito. A que horas você passa em casa para me buscar?
— Às oito e meia. Está bom para você?
— Está ótimo. O que você acha que eu devo usar?
— Qualquer coisa, desde que seja bem sexy!
Demi olhou para o próprio reflexo no espelho... e quase soltou um grito.
Ali, encarando-a de volta, havia uma estranha. Uma estranha sexy e sedutora, que ela mal reconheceu.
Na segunda-feira à tarde, depois do trabalho, percorrera várias lojas e shopping centers da cidade, à procura do vestido para a festa dos pais de Joseph. Não tivera sucesso. Nenhum modelo havia lhe agradado. Tampouco os preços exorbitantes.
A terça-feira fora igualmente improdutiva. Só na quarta o problema se resolvera. Uma loja de roupas usadas nas proximidades de seu escritório lhe trouxera a salvação. Havia entrado lá sem muitas esperanças, apenas para dar uma olhada. Imediatamente, avistara um vestido preto numa vitrine e compreendera que havia achado o que estivera procurando o tempo todo. Um legítimo Valentino... por um décimo do preço.
Com a economia feita pela ótima compra, ela pudera marcar uma hora no melhor e mais sofisticado salão de beleza da cidade. Naquele momento, olhando-se no espelho, Demi mal acreditava no que via. Com os cabelos presos no alto da cabeça e uma linda maquiagem, parecia uma atriz recém-saída de um filme erótico. O vestido tomara-que-caia deixava seus ombros à mostra e realçava suas curvas bem-feitas como se o famoso costureiro o tivesse desenhado pessoalmente para ela. Demi nunca se sentira tão bonita na vida.
A campainha tocou, arrancando-a de seus devaneios. Olhou para o relógio digital em cima da mesinha-de-cabeceira. Dez para as oito. Joseph ficara de ir buscá-la às oito e meia. Tinha chegado cedo. Isso é, se fosse ele mesmo.
De súbito, Demi foi tomada pelo estranho pressentimento de que pudesse ser Wilmer. Não. Aquilo era um completo absurdo. Seu ex-noivo ainda devia estar em lua-de-mel.
De qualquer modo, um certo nervosismo a acompanhou até a porta da frente. Antes de girar a maçaneta, resolveu perguntar:
— Quem é?
— Um homem morto de saudade.
Demi não conseguiu reprimir um suspiro de alívio. A voz de Joseph era inconfundível. Abriu a porta... e quase caiu para trás. Ele estava tão bonito naquele terno azul-marinho, que ela sentiu um nó na garganta. Como alguém nesse mundo conseguia ser tão bonito daquele jeito? Não era justo!
Mal sabia ela que Joseph estava pensando exatamente a mesma coisa. Havia conhecido e namorado centenas de garotas através dos anos. Mas será que alguma delas chegaria aos pés daquela verdadeira deusa à sua frente?
— Demi, como você está linda... — Ele entrou e fechou a porta. — Olhe, ainda nem são oito horas. Será que você consideraria a possibilidade de... de... irmos para a cama antes da festa? Acho que não vou conseguir esperar até o final da noite. Por favor, diga que sim!
Demi não havia apenas considerado a mesma possibilidade, como também estava seriamente tentada a aceitá-la.
O orgulho, porém, falou mais alto. O orgulho... além do velho hábito de nunca concordar com Joseph de primeira. Era fácil fazer aquilo desde que, é claro, não estivesse em seus braços.
— E arruinar meus cabelos e minha maquiagem? Negativo! Gastei mais de cem dólares no salão de beleza! Isso sem falar no vestido!
Joseph olhou-a de cima a baixo.
— E por falar em vestido, você escolheu algo deslumbrante! Aposto que deve ter gastado uma fortuna!
— Não. Comprei-o numa loja de roupas usadas e paguei um décimo do preço. Por isso, meu caro Joseph, se está pensando que eu gastei um mês de salário só para impressionar os Jonas, pensou errado!
— Eu jamais pensaria uma coisa dessas. — Ele olhou para o relógio. — Bem, vamos indo?
— Vamos. Espere um minutinho que vou apanhar minha bolsa.
— Então aproveite e apanhe uma roupa para amanhã de manhã. Você gostaria de passar a noite comigo? É que pretendo tomar vinho no jantar e não tenho o hábito de dirigir depois de beber... Acho perigoso.
A idéia lhe pareceu brilhante. Demi sabia que Joseph ocupava um apartamento numa ala independente da mansão de seus pais e o fato de dormir ali era simplesmente magnífico.
— Claro. — Ela sorriu. — Vou apanhar uma camisola também! Ele franziu a testa.
— Camisola? Para quê? Garanto que não vai precisar dela. Aliás, estou louco de vontade que esse jantar acabe logo, para que eu possa desfrutar da sobremesa.
— Sobremesa?
— Sim. Uma linda morena, de corpo espetacular, que tem me tirado noites de sono...
Ela sentiu um friozinho na barriga.
— Pare com isso, Joseph. Se você continuar a falar desse jeito, acho que nem iremos ao jantar.
— Ah, bem que eu tinha imaginado. Você está com tanta vontade quanto eu. Olhe, ainda temos alguns minutos. Eu prometo que não vou estragar seus cabelos, nem a maquiagem. Você não vai nem precisar tirar os sapatos!
Demi não levou dois segundos para decidir.
— Feito!


Continua...
amores, ja estou vendo a nova historia, eu li um livro e amei entao estou adaptando, ela é bem quente mesmo, muito hot....e ai querem ??? 

43 comentários:

  1. essa hist já tá acabando!!!??? faz maratona?please?

    ResponderExcluir
  2. isso !!!! MARATONA!!!! diz q sim pfvr

    ResponderExcluir
  3. + 11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111

    ResponderExcluir
  4. definitivamente uma das melhores historias q já li ....parabens

    ResponderExcluir
  5. apoio total a maratona ...sem duvidas sua fic é otima .....ñ canso de ler ...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. aaaaah não posso fazer maratona pq a fica já esta acabando ;)

      Excluir
  6. MARATONA MARATONA MARATONA MARATONA

    ResponderExcluir
  7. M aravilhosa
    A arrasadora
    R eal
    A lucinante
    T ensa
    O timo
    N otavel
    A mavel

    ResponderExcluir
  8. nos deixe feliz com mais um cap hj bjs

    ResponderExcluir
  9. Posta mais um hoje por favor

    ResponderExcluir
  10. O capitulo ta perfeito como se sempre

    FAZ MARATONA

    ResponderExcluir

Me deixe feliz com o seu comentário, espero que tenham gostado... Kisses s2