quinta-feira, 14 de novembro de 2013

CAPÍTULO II

Joseph olhou em volta como se estivesse muito impressionado com o que via.
— Seu apartamento é lindo. Meus parabéns.
Ele só podia estar sendo gentil, é claro. Não que Demi não gostasse do local onde morava. Gostava, sim. E muito. Mas era evidente que Joseph não devia estar achando a mínima graça naqueles móveis comprados em lojas de departamentos e pagos em dez prestações. Na verdade, a ala de empregados de sua mansão devia ostentar maior sofisticação do que aquilo.
— Obrigada. Sente-se, por favor. Vou preparar um café. Sentindo-se triste e desanimada, Demi foi para a cozinha.
Colocou a bolsa em cima da mesa e foi só aí que percebeu que ainda segurava nas mãos o envelope branco, agora completamente amassado.
Resolveu abri-lo.
Antes não o tivesse feito, pois ao ler o convite, ficou sabendo que o casamento iria ser realizado numa igreja.
Uma nova onda de raiva explodiu dentro dela. Uma igreja, pelo amor de Deus! Wilmer nunca fora um homem religioso e vivia rindo de seus amigos que se uniam diante de um padre ou de um pastor! Que hipócrita! Que canalha! Que... que filho da mãe!
Jogou aquele pedaço inútil de papel no lixo, os soluços brotando de sua garganta. Dez anos de sua vida perdidos... Quanto desperdício... E agora, o que ia ser dela? Não sabia dizer. Só tinha certeza de uma coisa. As emoções que vinha segurando desde o momento que soubera da triste notícia não podiam ser mais sufocadas.
O café que fosse para o inferno.
Estava recostada na pia, chorando toda a sua dor, quando sentiu uma mão encostada em seu ombro. Momentos depois, Joseph a abraçava com força, oferecendo-lhe todo o conforto que tinha para dar.
— Vamos, Demi, desabafe, se isso fizer com que se sinta melhor. Não há ninguém aqui, exceto nós dois.
— Ah, Joseph! — ela soluçou. — E agora? O que vai ser de mim?
Ele acariciou-lhe os cabelos.
— Você vai superar tudo isso, Demi. Tenho certeza disso.
— Mas... mas... ele vai se casar com outra mulher! Não dá para suportar, Joseph. Eu o amo mais do que minha própria vida!
— Eu sei, Demi. Eu sei...
Um certo ressentimento misturou-se à sua angústia. Então ele ia voltar a criticá-la por seu amor incondicional a Wilmer. Mas que homem inconveniente! Por que não lhe dava uma folga, principalmente naquela hora tão difícil?
Desvencilhou-se de seus braços e o encarou com olhos cheios de fúria.
— E o que você sabe a respeito de amor? Você nunca amou ninguém, Joseph Jonas!
Ele a encarou de volta, seus lindos olhos cor de mel não mais cheios de ternura e compreensão, mas duros e reprovadores. Joseph jamais a olhara daquela maneira. E o fato de fazê-lo naquele momento a incomodou mais do que gostaria de admitir.
— Eu... sinto muito. Acho que fui muito agressiva com você.
— E foi mesmo. — Ele tirou um lenço de seda do bolso, da mesma cor de sua gravata. — Vamos, enxugue seus olhos.
Ela fez o que lhe foi mandado, feliz em poder escapar de sua fúria. Mesmo assim, não podia deixar que o assunto morresse. Era preciso justificar seu comentário.
— P... pelo menos uma coisa você tem de admitir, Joseph. Seus namoros nunca duraram mais de uma ou duas semanas.
Como ele não respondeu, ela o encarou novamente e ficou aliviada ao vê-lo sorrir, aquele sorriso lindo e sensual que era sua marca registrada.
— É verdade. E sabe por que isso acontece? Porque nunca namorei uma garota que realmente me interessasse.
Aquilo fazia sentido.
— Vai ver que isso acontece por causa do tipo de moças que você escolhe para sair. Vamos encarar os fatos, Joseph. Elas não chamam exatamente a atenção por seus cérebros privilegiados.
Ele levantou uma sobrancelha.
— É verdade. Mas chamam a atenção pela beleza de suas pernas.
Demi deu um suspiro desanimado.
— Joseph, Joseph, você não tem jeito mesmo. Acho que é um caso perdido!
— Bem, você podia ter pena de mim e mudar a minha história.
— Como assim?
— Que tal sairmos agora para jantar e dançar? Assim eu terei uma companhia com pernas e cérebro privilegiados.
Demi fez uma careta. Nada a irritava mais na vida do que as brincadeiras de Joseph. Que, aliás, eram muito frequentes e de mau gosto. Como é que uma garota podia ter pernas privilegiadas, quando tinha apenas um metro e sessenta de altura?
— Ah, sim, é claro. Jantar e dançar com você. É pra já. Você manda, Joseph.
Ele pareceu levá-la a sério.
— Ótimo. Quanto tempo você demora para ficar pronta?
Demi o encarou durante alguns instantes, depois caiu na risada.
— Ora, Joseph, você só pode estar brincando.
— Claro que não. Nunca falei tão sério na vida. — Ela ficou realmente surpresa. Joseph não parecia mesmo estar brincando.
O inesperado convite fez com que sentisse um friozinho na barriga. Afinal de contas, não nutria secretamente o sonho de sair uma noite para jantar e dançar com ele?
Mas o convite nunca viera. Nem uma vez.
Até agora.
Seu bom senso, porém, acabou falando mais alto.
Acorde, sua boboca. Joseph só está lhe fazendo esse convite porque está morrendo de pena de você.
Seu coração ferido foi atingido de novo, agora de forma ainda mais dura e brutal. Sentia-se não apenas mal amada e abandonada, mas totalmente não desejada como ser humano e como mulher. No final da história, se nem Wilmer quisera ficar com ela, por que Joseph iria ficar? O brilhante, bonito e perfeito Joseph Jonas, sempre cercado pelas mulheres mais lindas do mundo... Não. Ela não tinha chance nenhuma.
— Esqueça, Joseph. Se está com vontade de sair com alguém, abra sua agenda e convide uma das suas amiguinhas. De preferência alguém que tenha seios enormes e cinturinha bem fina.
— Então você está recusando meu convite.
Era estranho, mas parecia haver uma certa mágoa na voz dele. Será que ela havia sido muito dura em sua recusa?
— Olhe, Joseph, você foi um amor em me convidar, eu realmente agradeço, mas é que eu estou muito cansada para sair agora. Tive um dia cheio e acabei de receber uma das piores notícias da minha vida. Acho que vou comer alguma coisa aqui mesmo e ir para a cama cedo.
— Claro. Eu entendo. Então, que tal outra noite?
Demi deu um suspiro.
— Joseph, você não precisa fazer isso.
Ele piscou os olhos.
— Fazer o quê?
— Você sabe a resposta.
— Ah, sei. Você acha que eu a estou convidando por pena.
— E não está?
— Pelo amor de Deus, Demi, mas é claro que não! Qualquer homem iria se sentir honrado em levá-la para jantar. Aliás, se quiser saber minha opinião, Wilmer é um tremendo imbecil por ter feito o que fez. Outra coisa que eu não entendo é como você conseguiu ficar com ele tanto tempo. Francamente, o sujeito nunca fez por merecê-la!
Talvez Joseph tivesse mesmo razão. Ela sempre havia dado muito mais que recebera. Dedicara-lhe um amor que chegava às raias do absurdo. E em troca...
Em troca ganhara um enorme chute no traseiro.
De qualquer forma, estivera ao seu lado durante dez anos, um terço de sua existência. Iria ser muito difícil esquecê-lo e levar a vida para frente.
— Quando vai ser o casamento? — Demi perguntou, de súbito.
Joseph pareceu surpreso. O que será que Demi tinha em mente? Estava bolando algum jeito de fazer o noivo mudar de idéia e voltar a seus braços?
— Logo. No primeiro sábado de maio. Daqui a três semanas e meia. Por quê? Espero que não esteja querendo que ele rompa o noivado e volte para você!
Tal pensamento jamais havia lhe passado pela cabeça.
Mesmo que ele quisesse voltar agora, ela jamais o aceitaria novamente. Não de novo. Nunca, nunca mais. Então, pela primeira vez, desde o nefasto momento em que recebera o convite, sentia que estava retomando o controle de suas emoções.
Era uma excelente sensação.
— Joseph...
— Sim?
— Você está namorando alguém no momento? A pergunta o pegou de surpresa.
— Hã... Não. Não tenho nenhuma namorada firme agora.
— Ah, sim, é claro. Apenas suas amiguinhas de plantão, sempre prontas a atender todos os seus caprichos. Mas tenho certeza de que nenhuma delas fará qualquer objeção ao fato de você levar uma levar uma velha amiga a um casamento.
Ele ficou de queixo caído.
— Você... quer que eu a leve ao casamento de Wilmer?
— Sim. Você me faria esse favor?
Joseph ainda não acreditava em seus ouvidos.
— Mas a troco de que você quer ir a esse casamento, Demi?
— Porque... porque... eu preciso.
— Não estou entendendo sua decisão. — Ele passou a mão por entre os cabelos castanhos. — Não estou entendendo mesmo.
Ela deu um sorriso cheio de tristeza.
— Minha mãe morreu de câncer quando eu tinha treze anos de idade. Eu já lhe falei a esse respeito?
Ele franziu a testa.
— Não... não. Eu não sabia disso. Quero dizer, sabia que ela tinha morrido, mas não como, nem quando. De qualquer modo, o que isso tem a ver com o casamento de Wilmer?
Demi respirou fundo.
— No dia em que ela morreu, alguém me perguntou se eu queria vê-la antes do funeral, para lhe dar um último adeus. Eu não tive permissão para visitá-la no hospital durante a última semana. Meu pai dizia que eu não devia ir, porque ela estava em coma e não ia me reconhecer. Bem, de qualquer modo, eu acabei não querendo vê-la. Disse a mim mesma que era porque eu queria me lembrar dela bem e com saúde, mas a verdade era que eu tinha muito medo. Medo daquilo que eu poderia ver. Medo da morte. E me arrependi amargamente da decisão tomada. Eu... eu...
Sua voz falhou e, antes que se desse conta do que estava acontecendo, Joseph a abraçava e ela voltava a chorar em seu ombro.
— Ah, Demi... Não chore, por favor. Você era apenas uma criança na época. Acho que a decisão de não ter ido vê-la, foi a melhor coisa que pôde fazer por você. É preferível que se lembre dela bem e com saúde, como você mesma disse.
Ela se afastou dele.
— Não, Joseph, você não está entendendo. O fato de eu ter ido vê-la faria com que sua morte parecesse real. Durante os anos que se seguiram, eu quase não acreditava no que tinha acontecido. Achava que ela estava viajando e que fosse voltar a qualquer momento.
Impaciente, Demi fez uma pausa para respirar e continuou:
— O casamento de Wilmer também representa uma espécie de morte para mim. Eu preciso estar lá, preciso observar a cerimônia, saber que tudo aquilo é real, ver com meus próprios olhos que tipo de homem ele é de verdade. Daí então eu vou poder seguir minha vida sem ele.
Joseph não disse nada durante muito tempo, limitando-se a secar, com carinho, as lágrimas que escorriam pelo rosto delicado de Demi.
Quando, finalmente, ela pareceu um pouco mais calma, ele lhe sorriu.
— Nesse caso, eu teria um imenso prazer em levá-la. Mas com duas condições.
— Pode dizer.
— Não confirme sua presença. Você irá como minha acompanhante.
Demi arregalou os olhos ao imaginar o choque de Wilmer ao vê-la ali, em seu próprio casamento, ao lado de Joseph.
— Tudo bem. E a segunda condição?
Os olhos dele brilharam.

— Quero que você use algo bem sensual, de tirar o fôlego...


Continua...
Espero que tenham  gosta gostado rs kisses

7 comentários:

  1. Hey estou amando a história, amo milionarios ou o Joe como milionario, vi que a Karoline divulgou seu blog e decidir ler e realmente estou gostando da história, posta logo :)

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  2. Realmente a história esta P.E.R.F.E.I.T.A,
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    1. kkkkkk obg amor , ainda bem q esta gostando ;) daqui a pouco to postando

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  3. Estamos esperando ansiosos um HOT'
    KKKKKKKKKKKKKKKK
    A história esta se saindo muito IMPRESSIONANTE
    to amando..

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  4. Estamos ansiosos esperando um HOT'
    KKKKKKKKKKKKKKKKKK
    A história ta IMPRESSIONANTE!
    Gostei muuuuuuuuuuuuuuuuuuuito;')

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Me deixe feliz com o seu comentário, espero que tenham gostado... Kisses s2